Room 1x02 - A Faca

terça-feira, 26 de maio de 2009




Atenção, o artigo é repleto de spoilers importantes, capazes de fazer quem ainda não leu e pretende fazê-lo, se decepcionar com tais revelações, recomendamos que se ainda não tenha acompanhado o episódio, pule 100% do texto, do contrário, tudo é por sua conta e risco, capisco?





No texto anterior, eu havia dito que não tinha uma opinião muito bem formada sobre a série, hoje “assistindo” ao segundo episódio, já posso dizer o que penso mais claramente a respeito. A verdade é que ainda achando tudo beirando o absurdo ali, RooM consegue divertir em alguns momentos e mesmo com os mesmos erros, esse segundo episódio consegue superar o primeiro, fazendo assim, a trama render um pouco mais.

No começo tivemos o que faltou no piloto, explorar a vida particular de um dos personagens fora do quarto. Embora o fato tenha sido importante, mostrando uma ligação entre duas personagens, o que foi mostrado foi muito pouco, apenas uma pequena introdução e nada mais, deixando assim que quem está do outro lado (
Eu, tu, nós, vós) continuássemos a achar os personagens completamente indiferentes, quer quem morra, quer quem viva, continua a fazer com que eu não me importe.

A série busca uma premissa interessante, que é mexer com o psicológico de seus personagens, fazendo-os muito mais que torturados fisicamente, torturados psicologicamente, sendo assim, é de suma importância que os mesmos consigam nos envolver, para que pelo menos cause um pouquinho de sensibilidade em quem está do outro lado, e claro, torcendo pela sobrevivência do mesmo.

Mas o vazio dos personagens, reflete negativamente em quem está acompanhando, tornando RooM apenas algo assistivel, me fazendo esperar apenas pela vítima da vez e qual membro do companheiro de quarto terá que arrancar no final, o que após quatro ou cinco episódios, pode facilmente cansar e uma segunda temporada, seria extremamente difícil de acompanhar.


Falando um pouco do episódio em si, a vítima dessa vez foi a manicure Martha. No começo a vemos num flashback fazendo sua rotina de trabalho, até se despedir de um homem (
Carlos), aparentemente misterioso, que lá na frente, descobriríamos que também possui ligação com uma personagem cativa no quarto do medo. Aliás, antes que eu me esqueça, é importante frisar que é interessante essa parte mostrando que alguma coisa de algum personagem já se cruzou com outro, assim como a Freira com Jully também, o que talvez nos mostre um desfecho interessante quando acabar e espero realmente por um desfecho que interligue tudo, não por apenas um louco que resolveu brincar com Deus e encanar com o pecado alheio.

É revelado também o que cada personagem fazia no instante em que foi capturado e o pecado que levou Martha a estar no cativeiro, o que era bem menor comparado ao que sua companheira de quarto Jully fazia, vendendo drogas para crianças após conhecer Carlos (
o de Martha). Isso leva um conflito entre as duas, fazendo com que ambas rolassem no chão brigando, até que Martha com uma faca, corta o braço de Jully.

É então que rola a sacada mais inteligente da série até o momento, a faca utilizada por Martha para cortar o braço de Jully, minutos antes, serviu para arrancar fora o dedo de Robert, aquele do HIV, infectando assim, a moça que outrora mostrava repulsa pelo que ele tinha, isso num interessante flashback, complementando a cena do final do episódio passado.


Marta como vitima da vez, escolheu o sacrifício para Jully, que era arrancar um de seus olhos. Obviamente muito mais difícil do que arrancar um dedo (olha que o médico, acostumado com isso, chegou a desmaiar por causa do ocorrido, que diria uma simples manicure vagabunda?) ela não consegue fazer, culminando assim com sua morte eletrocutada (Ora, não é possível que não tenha morrido depois de ter faltado apenas os olhos estourarem).



Pontos Positivos:

O ponto em que intercalou três personagens. Jully que perdeu o marido, conheceu a freira numa visita a uma determinada igreja. Graças ao sofrimento da perda e falta de dinheiro, ela conheceu Carlos, que a levou a vender drogas, Carlos, esse, que também era envolvido com Martha
(Agora, se é o tal marido corno, o roteiro não deixou claro).

O corte no braço aparentemente sem importância de Jully, culminando com o flashback que mostra a mesma faca cortando o dedo de Robert.

A forma cruel como Martha morreu e as descrições físicas que fora mostrado enquanto a coitada é fritada.




Pontos Negativos:

Os diálogos apesar de continuarem bons, o roteiro peca quando tenta transmitir desespero da parte dos personagens. Muito melhor seria se ao invés de um enorme: NÃOOOOOOOOOO, tivéssemos um
Jully (desesperada/aos prantos): Não... Por favor...
Ou simplesmente:
Close em Jully, que cai de joelhos, gritando desesperada e aos prantos. Passaria muito mais desespero, comoção, do que esses NÃO grandões, que chegou a incomodar.

O flashback inicial de Martha que apenas serviu para mostrar que ela conhecia Carlos, o mesmo que levou Jully para o mau caminho, mas tirando isso, de tão sem aproveitamento para a personagem, poderia não ter passado. Ainda criou-se certo suspense em torno de Carlos e um encontro misterioso, que se lá na frente não tiver ligação também, não haverá nenhum motivo para tal cena ter sido mostrada.

O motivo que levou Matha a ser capturada. Sério? Porque traiu o marido com diversos homens? É provável que o roteiro nos mostre ainda uma explicação mais plausível para isso, mas imagina, se isso é motivo para ela estar ali, que diria o Carlos então? Se ele não tiver mancomunado com a voz do quarto, então o próprio foi bastante injusto em sua escolha.


Para quem acabou de ter um membro cortado
(ora bolas, faça um cortinho mais profundo no dedo para ver se não vai doer por horas) e sem nenhum tipo de anestesia, Robert em nenhum momento se mostrou com dor. A câmera só foi dar ênfase ao dedo cortado na explicação do flashback, mas mesmo sabendo o que havia acontecido, era de praxe pelo menos dar um rápido close na mão enfaixada com alguma coisa, sabe-se lá o que. E se isso foi segurado para o flashback da faca, mostrar antes o que já era obvio, não afetaria a surpresa de a mesma ter servido para infectar Jully.




Bom, é então isso, se tentando não levar tudo a sério, RooM consegue divertir na sua curta duração de tempo e mesmo com essas coisas que me incomodam, a série me instigará a ver o desfecho disso tudo, torcendo por um final inteligentemente planejado e fugindo do óbvio, amarrando e interligando diversas peças que serão soltas no decorrer dos episódios. Mas confesso desde já que a tentativa mesmo que fracasse na conclusão, em si já é louvável.


Até a próxima.











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