Fico me perguntando, pra que raio eu faço essas coisas? Pois vamos analisar, desde que comecei escrever críticas sobre os seriados virtuais, Clichê (R.I.P?) foi a única digna de elogios, o restante, foram criticas negativas em cima de críticas, com direito a cancelamento pós-critica (apesar do rapaz ainda não saber escrever e continuar se aventurando em cosias sem sentido). Então qual é o ponto disso tudo? Eu que sou realmente muito exigente e chato, ou a qualidade de nossas séries virtuais (ou escritores) não anda lá grande coisa?
Nas minhas dicas de como ser respeitado no meio, em momento algum eu quis dar uma de sabichão e rei da cocada preta, muito pelo contrário, só o fato de encher de questões que tornam alguém um escritor de respeito, já mostra um lado um pouco humilde da minha parte, afinal, seria mais fácil que continuasse a sair pessoas sem noções, para que eu descesse a lenha aqui no blog, pois a graça muitas vezes está nisso.
Acontece que hoje em dia muitos apenas batem os olhos e dizem: Opa! Vou nessa também!
Ao invés de antes de tudo, se tornar um leitor de qualquer seriado virtual, ( os que se destacam por sua qualidade verdadeira) para assim, pegar o espírito da coisa, antes de lançar qualquer coisa, compreendem?
Mas por que digo isso? Se alguém que é fã de seriados televisivos, gostasse da idéia e quisesse escrever uma série virtual, mesmo que quase idêntica ao que você está careca de assistir na CW, pelo menos saberia como escrever um roteiro no mínimo razoável, pois não sei o inventor dessa idéia de que “escrevo do jeito que acho melhor”, mas no mundo verdadeiro dos seriados virtuais, a regra primaria é de que, pelo menos um roteiro seja apresentado, seja ele pela forma crua (que eu particularmente acho desnecessário) ou pela forma mais detalhada, mas nunca, em momento algum, misturar a narrativa descritiva de um livro, com a de um roteiro de seriado virtual.
Para os mais preguiçosos em ler as matérias que escrevi, fica aqui uma pequena parte do texto: “série virtual escrita em formato de livro NÃO É SERIADO VIRTUAL! É apenas um livro em capítulos, sendo assim, foge do que a comunidade e todos do meio propõem”.
Só para deixar mais claro, nós, os leitores, somos na realidade, telespectadores, que estamos de fato assistindo o que estamos lendo e o que estamos lendo, de fato está sendo transmitido, sendo assim, se não aparecer um narrador em off, ou algum personagem deixar claro, jamais poderíamos saber no início que fulano namora beltrano. Muito menos que não sei quem bota o terror na escola, ou não sei quem é popular. Isso são coisas que os personagens nos mostram com suas ações e cenas.
Outra coisa que me deixa bobo, é de muita gente saber até bem inglês e cometer gafes pra lá de manjadas na nossa língua portuguesa.
Trecho do meu último texto:
Ex: “Mais” eu sei. “Mais” eu fui ali.
Ele estava triste, “mais”...
Não querido, não é “mais” e sim “MAS”... “Mais” normalmente indica soma, quantidade, aumento, grandeza, sendo o oposto de “menos”. Ex: Ele é “mais” forte que eu.
Sua tristeza era “mais” pelo fato de ser rejeitado do que gostar realmente da garota.
E se tiver dúvida no emprego do “mas”, substitua-o por: “porém”, “todavia”, “contudo”, “no entanto”.
E esse “mais” indevido estava lotado nesse mini piloto de School Lies, e olha que é pequeno, imagina se fosse maior? Recomendo ao autor fazer uma revisão e pedir para algum amigo próximo que seja ferinha em português, corrigir alguns supostos erros futuros antes de colocar o episódio no ar, pois também não da para aceitar “comesse” no sentido de comer, escrito de com Ce... como na frase: "Mais eu adoraria que a gente comece em família também – Diz Sarah"
A trama nem tem o que dizer, primeiro que na sinopse da série (sendo ela também o começo do piloto) não deixa em momento algum claro do que se trata, a não ser a futilidade de jovens ricos que não tem nada pra fazer a não ser gastar e fazer sexo, não existe algo como: “Eles são populares e não pensam nas conseqüências, mas algo logo os fará repensar sobre seus conceitos”... Clichê velho, eu sei, mas pelo menos daria ao espectador uma prévia do que veria...
Segundo que o piloto inteiro é vazio, sendo ele tão minúsculo que o único plot realmente é do aniversário de 1 ano de namoro dos jovens e o futuro sexo depois da janta. Não existe absolutamente nada que prenda e incentive alguém a acompanhar o próximo episódio, coisa essa, que se realmente fosse exibida na CW como o autor fez de conta que é, provavelmente a audiência do canal que não é grande coisa, desabaria drasticamente, provocando até mesmo um cancelamento mais ligeiro do que a série sobre modelos.
Sendo assim, se não existe o que falar da trama que ainda é inexistente, vamos direto para os PP e PN.
Aí a coisa fica feia.
Quero deixar claro para o autor que não quero desmerecê-lo, muito menos fazê-lo desistir logo de cara, quero sim, que ele aprenda com os erros e faça uma série no mínimo respeitável, até porque, eu não sendo extremamente franco contigo na critica, apenas o empurraria para um grupo popular de autores e séries de qualidade duvidosa que existe por aí.
Erro 1: Sinopse e trama completamente inexistente, deixando quem acompanhou o piloto de boca aberta no final, pensando: Ué, é isso? Simplesmente começou e terminou de um jeito só, não deixando nenhum gancho que faça o espectador se interessar para próxima exibição. Toda série necessita disso no piloto, claro que não pode jogar as coisas logo na nossa cara, mas que pelo menos uma idéia do que sucederá é preciso ter. E como tudo é um grande clichê, poderia muito bem aproveitar e incrementar o piloto com coisas do tipo: A mais vaca de todas, a mais bobinha, o casal que se vê interessado um pelo outro, a descoberta de algum segredo, uma festa onde tudo poderia rolar, a chegada de alguém na escola que poderia abalar o reinado das bitch’s... E por aí vai, se é para encher do que já vimos, pelo menos daria ao piloto uma dinâmica no máximo razoável.
O tamanho dos episódios não é uma regra a ser seguida, contanto que não o faça completamente minúsculo e sem conteúdo.
Erro 2: Elenco muito famosinho e muito velho para determinados papeis.
Okay, posso estar passando do limite da chatice agora, mas lembram que eu vivo enfatizando que escrever série virtual é mais sério do que aparenta? Repito pela milésima vez que não é apenas fantasia e que tudo está acontecendo de verdade, sendo assim, você realmente é produtor, roteirista, diretor, seus atores são realmente contratados, sua emissora realmente existe, e seus seriados realmente estão sendo transmitidos.
Então analisando essas questões, não dá para imaginar uma emissora pequena arcar com salários prá lá de milionários de determinados atores, e impossível imaginá-los interpretando qualquer tipo de papel, especialmente os que já possuem nome na praça, aceitando ser coadjuvante numa série destinada ao público adolescente, por isso prezo a escolha de um elenco menos conhecido.
Eva Longoria , Courtney Cox , Sarah Jessica Parker numa série teen é um exemplo a não ser seguido. Impossível imaginá-las nessas circunstancias, especialmente porque todas as três possuem cacique para estrelar uma série própria, e jamais as veríamos hoje como simples mães de adolescentes que terão milhares de cenas a mais do que elas. E tem mais do elenco adulto que foi cadastrado pelo autor que também não dá para engolir, até mesmo os mais jovens como Zack Afron e Miley Cyrus se não forem 100% estrelas das séries, provavelmente você não os verá atuando em nenhuma.
Falando dos jovens, essa é outra parte que peca bastante. Uma pela idade extremamente avançada para se ter 15,16 anos (Autumn Reeser e Chad Murray já não dá mais para engolir nessa idade) outra pelo fato dos mesmos já estarem carecas de tanto interpretarem adolescentes, tantos em filmes, quanto em seriados. Chad Murray após Gilmore Girls, Dawson’s Creek, filmes e ser protagonista de ONE TREE HILL não voltaria fazendo um jovem do High School, muito menos por um papel que não seja da estrela, embora seja completamente limitado como ator.
Erro 3: Mistura de roteiro com livro. Como já disse, não gosto dessa mistura, ou é livro, ou é série. No roteiro a gente imagina as cenas descritas como se estivéssemos assistindo pelo televisor, ou seja, o que a “câmera mostra” é o que estamos vendo, nada além disso, sendo os próprios personagens com suas ações e falas nos deixar claro o que pensam, o que são e o que querem fazer, sem a necessidade que o texto nos jogue na cara que eles estão conversando há horas, muito menos o que pensaram naquele momento, a não ser que aconteça coisa do tipo: Fulano (em pensamento): Será que vai rolar?
Aí sim é aceitável.
Existe um grande número de séries em nosso acervo e sugiro ao autor procurar alguma que utilize da forma de roteiro e começar a acompanhá-la para pegar influencias na hora de escrever, por mais difícil aparenta ser, pode ter certeza que você pega o jeito da coisa, e digo de experiência própria, pois eu também cometia esses errinhos quando comecei e hoje, devido a quantidade de séries que já foram exibidas e que estão em hiatus, é um pouco mais raro ser cometido. Portanto procure e leia, existe do roteiro mais simples (como o que eu gosto de escrever, sem determinados termos) ao roteiro mais técnico (como alguns autores adotam), mas aí vai da sua vontade, o importante é não empregar o tipo de narrativa que foi empregado nesse piloto.
Como disse lá em cima, se critico, é para a melhora do autor, principalmente o novato, para saber que não é uma simples brincadeira que estamos fazendo, que eu sempre considerei algo a mais e um dia, sonho com o crescimento desse meio fora das margens do Orkut, mas para isso, é necessário atenção e principalmente disposição e humildade em aprender.
As vezes me dá vontade de transformar a comunidade de Séries numa grande produtora, onde o autor novato primeiramente passaria por um workshop para depois poder lançar sua série, transformando assim, aquela qualidade no qual disse que queria ser promotor. Mas fiquem tranqüilos que isso não vai acontecer, a comunidade nasceu com um propósito de divulgação de séries, sendo boas ou ruins, e é assim que vai continuar. Mas não custa nada o bom senso de quem está chegando (e até mesmo “veteranos” teimosos) em aprender antes de lançar, e o melhor meio é lendo bastante, tanto nosso Em Câmera Lenta, quanto alguma série que já possui pelo menos uma temporada completa. Muitos se tornaram autores depois disso e muitos se saíram muito bem, apenas faça a escolha certa.
Eu estou sempre disposto a ajudar no que precisar, quem quiser me enviar um e-mail thiago_gao@yahoo.com tanto para sugestões, críticas, ou pedido de ajuda, é só me procurar, meu Orkut também está aberto para fazê-lo.
Grande abraço à todos e até a próxima.
